Hobbies sempre foram sinônimo de lazer e prazer, mas a ciência tem mostrado que eles fazem muito mais do que isso. Além de aliviar o estresse e aumentar a felicidade, atividades criativas podem literalmente rejuvenescer o cérebro.
Um novo estudo publicado na revista Nature Communications revelou que pessoas com hobbies criativos têm cérebros que parecem até sete anos mais jovens do que sua idade cronológica.
O argumento clássico a favor dos hobbies é bem conhecido. Atividades como tocar um instrumento, pintar, dançar ou cozinhar reduzem a pressão do desempenho profissional e ajudam a construir identidades múltiplas — o que aumenta a resiliência emocional.
Quando o trabalho ou a vida pessoal não vão bem, o simples ato de voltar-se para algo prazeroso e manual — como cultivar uma planta ou tocar violão — funciona como um “refúgio psicológico”. Essa separação saudável permite descansar a mente e, paradoxalmente, aumentar o foco e o desempenho em outras áreas.
Além disso, muitos hobbies promovem atenção plena: cozinhar, desenhar ou escalar exigem presença total no momento. Isso ativa o mesmo mecanismo da meditação, reduzindo o estresse e melhorando o humor.
A grande novidade vem da neurociência. Pesquisadores europeus Carlos Coronel e Agustín Ibáñez usaram uma técnica de inteligência artificial chamada brain clocks (“relógios cerebrais”), que estima a idade biológica do cérebro com base em exames de imagem.
Eles analisaram mais de 1.400 voluntários entre artistas, músicos, dançarinos, gamers e pessoas sem hobbies específicos. O resultado foi surpreendente:
E quanto mais tempo e energia a pessoa dedicava à sua atividade, mais jovem o cérebro parecia.
Segundo os cientistas, a criatividade protege áreas cerebrais vulneráveis ao envelhecimento e melhora a comunicação entre diferentes regiões — como se o cérebro construísse novas “estradas” neurais para manter-se ágil e eficiente.
Mesmo quem nunca teve um hobby pode se beneficiar.
Em uma etapa adicional do estudo, voluntários sem prática criativa aprenderam a jogar o videogame StarCraft II. Após apenas 30 horas de prática, seus cérebros pareciam de dois a três anos mais jovens.
Ou seja: não é preciso talento, apenas envolvimento.
Cantar fora do tom, pintar mal ou queimar um bolo são experiências tão benéficas quanto as dos experts. O segredo está no processo criativo, não no resultado.
A mensagem dos pesquisadores é clara:
“Se você está se perguntando se ser criativo faz bem para você, a resposta é sim.”
Criatividade estimula novas conexões, fortalece a neuroplasticidade e mantém a mente ativa. É um tipo de ginástica cerebral prazerosa, com efeitos comparáveis aos do exercício físico para o corpo.
Portanto, se a rotina tem apagado sua curiosidade, é hora de reverter isso. Aprender algo novo, criar com as mãos ou explorar uma arte pode ser o elixir mais acessível e eficaz contra o envelhecimento mental.